O encanto de quem está vivendo lembraça de quem um dia viveu e acreditou, que o mundo podia ser muito melhor, que era preciso fazer algo para que isso tornasse realidade, mesmo que para isso lhe custasse a própria vida. Isso parece até hipocresia, más quem fala que eles estavam errados? Hipócritas e ignorantes são aqueles que só conseguem olhar pelo lado da fantasia, ver o mundo com tantas oportunidades e achar que isso é assim porque as pessoas são diferentes. Pode até que sejam, no entanto essas pessoas tiveram que se adequar as novas realidades, aos princípios ora modernos, fazer dentro de uma cultura, aquilo que aquelas pessoas que outrora acreditaram.
Sabe nem sei o que estou escrevendo, mas acredito que temos um grande desafio pela frente, dizer para o homem moderno, para aquele que gosta de assistir televisão, que aqueles que um dia morreram lutando por um mundo melhor, já falavam nos contrastes do futuro. Eles tinham razão, as cidades estão inchadas, as famílias estão desnorteadas, os filhos crescerão e não se prepararão para a nova realidade. As terras passaram a ser área de produção agroindustrial, quer dizer, para quem estava costumado ao simples cultivo dos produtos de subsistência, das pequenas caças e das colheitas de frutos nativos hoje não podem mais viver disso, tudo deu lugar aos grandes projetos. Que cada dia avança mais e mais, e pasmem passando por cima de tudo e todos, é muito triste ver um sítio que a anos levou para ser plantado e cultivado, em poucos minutos ir a baixo, por máquinas super potentes.
Pois é, não parece, mas é muito bom conhecer essas histórias, e procurar dar crédito a quem um dia falou: é preciso ter ramais para facilitar a vida das pessoas que moram no campo, ter escolas boas e professores qualificados para ensinar no campo, posto médico funcionando nas localidades da zona rural, eletrificação rural, acesso a crédito bancário e moradia mais dígna, isso sim que era a luta daqueles que foram considerados radicais. Que por isso, tiveram que ser eliminados pelos grandes poderosos da época.
Por isso eu digo. Virgílio vive, sempre, sempre, sempre. Todos os mátires vivem sempre, sempre, sempre.
Um abraço Professor
Dorival Sacramento.